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O sustento da vida Criativa

  • Foto do escritor: Vera Lúcia Soares
    Vera Lúcia Soares
  • 26 de fev.
  • 3 min de leitura


Resgatando o Rio da Criatividade: A Mulher Selvagem e o Fluxo da Vida


A criatividade é a força vital que impulsiona a mulher selvagem, Percepções tiradas da leitura do capítulo 10 de Mulheres que Correm com os Lobos. Clarissa Pinkola Estés nos convida a refletir sobre essa energia essencial por meio da metáfora do rio. Neste capítulo, a autora utiliza duas versões do conto La Llorona para ilustrar o que acontece quando a mulher se desconecta dessa fonte profunda e poderosa.


O Primeiro Enredo: O Conto Genérico de La Llorona

A história de La Llorona é conhecida em várias culturas e, na versão mais tradicional, narra a tragédia de uma mulher linda que, consumida pelo desespero e pela rejeição provocada pelo seu amado fidalgo, afoga seus filhos em um rio e logo em seguida se suicida.  Ao chegar ao céu eles a mandam de volta para resgatar seus filhos mortos no rio. Ao perceber o que fez, ela entra em um luto eterno, condenada a vagar pelas margens do rio, chorando por suas perdas. Seu lamento assombra aqueles que a ouvem, e a lenda diz que seu espírito busca eternamente aquilo que perdeu.


Esse conto simboliza o que acontece quando uma mulher perde sua conexão com a criatividade e com sua essência selvagem. O sofrimento de La Llorona reflete o vazio deixado pela desconexão com sua energia criativa e intuitiva. Assim como ela lamenta seus filhos, muitas mulheres choram por suas ideias, sonhos e expressões artísticas que foram sufocadas pelo medo, pela repressão ou pelas exigências da vida cotidiana.


O Segundo Enredo: Uma Versão Surpreendente da História

Na releitura mais recente escolhida por Estés, a história de La Llorona ganha novos contornos. Nesta versão, a mulher não apenas chora sua perda, mas percebe que o rio, que antes lhe dava vida, foi se tornando raso e poluído. Aqui, o rio representa o fluxo criativo, e sua degradação simboliza o enfraquecimento da alma feminina quando esta se distancia de sua verdadeira natureza.


Ao longo do tempo, muitas mulheres são ensinadas a negligenciar sua criatividade, colocando-a em segundo plano ou ignorando-a completamente. A modernidade, as pressões sociais e a rotina exaustiva fazem com que esse rio seque, deixando-as esgotadas e sem direção. No entanto, Estés nos lembra que é possível recuperar o curso das águas e reativar o fluxo criativo.


A Metáfora do Rio: O Fluxo da Criatividade

A imagem do rio é poderosa porque nos lembra que a criatividade é algo natural e dinâmico. Assim como um rio, nossa expressão criativa precisa fluir livremente, sem bloqueios ou poluições externas. Se represamos nossa criatividade, ela estagna. Se nos afastamos de nossa natureza criadora, ficamos secas por dentro.


O rio da mulher selvagem nos nutre, nos revitaliza e nos reconecta com nossa essência mais profunda. Quando voltamos a escutar nossa intuição, a nos permitir criar sem julgamentos e a nos expressar autenticamente, as águas voltam a correr. É nesse estado de fluxo que encontramos sentido, alegria e plenitude.


Conclusão: Resgatando o Rio Interior

Para resgatar o rio da criatividade, é necessário um compromisso consigo mesma. Isso pode significar reservar tempo para a escrita, para a arte, para a dança ou qualquer forma de expressão que traga vida ao seu espírito. Também exige coragem para enfrentar os medos que bloqueiam esse fluxo, reconhecendo que a criatividade não precisa ser perfeita, mas sim livre.


Clarissa Pinkola Estés nos lembra que dentro de cada mulher existe um rio de vida pulsante, esperando para ser libertado. Resta a cada uma de nós escolher se vamos deixá-lo secar ou permitir que ele volte a correr com força, alimentando tudo ao nosso redor.


E você, como tem cuidado do seu rio criativo? Está fluindo livremente ou sente que há barreiras impedindo esse fluxo? Talvez seja hora de escutar o chamado da mulher selvagem e mergulhar novamente nessas águas profundas.


Beijo de amor da minha Alma para sua Alma!



 
 
 

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